O regresso...

Olá amigos!

Há mais de 6/7 meses que não escrevia aqui nada... Ainda bem que vos conheço pessoalmente e que vamos mantendo o contacto, senão pensariam decerto o pior! Estou a equacionar reactivar este local de comunicação porque de facto por vezes dá vontade de pôr por escrito o que por aqui se vai passando.

A razão pela qual deixei de escrever é simples... Aos poucos fui-me apercebendo que este país é muito mais do que simples palavras que tenho visto por esses blogs fora e também eu estava a cometer o mesmo erro de tentar, de uma forma irónica e na maior parte das vezes simplista, expressar por escrito o que me vai na alma. Entristeceu-me (e entristece-me) muito a forma leviana com que a maior parte das pessoas que cá vem se julgam detentores da suprema sapiência de ter passado por uma fugaz experiência em Luanda, e, de uma forma demasiadamente democrática e livre, publicam as mais variadas barbaridades acerca deste país.

Pois bem, também eu me senti a cair nessa tentação mas a bom tempo me apercebi que estava no caminho errado! A minha missão hoje é tentar passar essa mensagem a quem chega de novo e que se deixa arrastar pelo comentário fácil e mediático de que este país é isto ou aquilo, que aqui tudo acontece de mau, etc...

Como em tudo, o que vende são as desgraças! Se eu numa qualquer mesa de restaurante, no círculo de amigos, começar a falar das belezas naturais das praias que conheci, da simpatia e amabilidade do povo, etc... esse assunto facilmente cairá na bucólica monotonia descritiva de algo que de facto só se sente vendo e vivendo. Ao invés, se vos falar de acidentes, peripécias, burocracias e outras desgraças, muito facilmente e através do fio condutor da gargalhada, se passam horas a destruir a imagem de um país que apenas quer ser isso, um País!

A todos sempre digo, venham conhecer! Venham sentir! Dêem o tempo suficiente para que as vossas opiniões sejam construídas e amadurecidas e não se deixem toldar pelas aparências fáceis. Este país tem de facto muitas lacunas a todos os níveis, mas deixei de admitir que seja gozado da forma como tenho assistido desde há uns meses a esta parte.

Sou Português e sou Angolano... E quantos mais portugueses cá conheço, mais angolano me torno!

Um forte abraço a todos cheio de saudade!